sexta-feira, 23 de julho de 2010

No Tocantins, 30% dos eleitores nunca freqüentaram uma escola

Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dão conta de que dos 135,8 milhões de eleitores em 2010, 8 milhões são analfabetos e 19 milhões lêem e escrevem mas nunca freqüentaram uma escola, números que somados totalizam 27 milhões de eleitores analfabetos ou que só lêem e escrevem.Dados que corresponde a 1 em cada cinco eleitores no país.

A variação em relação aos números das eleições de 2002 e 2006 é pequena, no entanto, evidencia uma reação positiva da educação no Brasil. Em relação aos dados de 2006, o número de analfabetos diminuiu em 270 mil e o número de pessoas que sabem ler e escrever sem nunca terem freqüentado uma escola teve um decréscimo de pouco mais de 1,5 milhão. Em 2002, 26,9% dos eleitores eram analfabetos ou não sabiam ler já em 2010, essa porcentagem caiu para 20,5.

No Tocantins, de 20,1 à 30% dos eleitores nunca freqüentaram uma escola, situação parecida com a maioria dos estados da região norte. Já o programa Bolsa Família atinge cerca de 35% das famílias tocantinenses.

A região nordeste é a que tem o maior índice de analfabetismo no Brasil. Mais de 35% da população enquadram-se no grupo dos analfabetos ou que nunca freqüentaram uma escola, dado que reflete também as diferenças econômicas no país. Na região sudeste, esse número cai para 12%.

Entretanto, os dados podem variar, uma vez que são fornecidos pelos próprios eleitores no momento que eles tiram o título e atualizados apenas quando solicitado pelos votantes ou quando há revisão de cadastro.

Escolaridade do eleitor

De acordo com o TSE, a escolaridade dos eleitores estão dividas em 8 categorias. Dessas, a maior porcentagem é de 33,1% que c

orresponde aos eleitores que possuem o 1º grau incompleto. Os votantes que possuem o ensino superior completo correspondem à 3,8% dessa massa. 0,11% dos eleitores não informaram a escolaridade.

Voto

Segundo matéria publicada na Folha.com com o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o voto dos eleitores menos instruídos, tende a “ter menos ideologia e mais personalismo”, caracterizas que não valorizam as propostas do candidato. Segundo ele, o que também tem grande influência no momento do voto para essas pessoas, são os programas sociais de aumento de renda dos mais pobres.

Candidatos

Os candidatos são obrigados pela Justiça Eleitoral à saber ler e escrever, ainda assim analfabetismo não é exclusividade dos eleitores já que cinco candidatos declararam ao TSE serem analfabetos. Esses candidatos são chamados ao TSE para fazerem uma declaração de próprio punho afirmando que sabem ler e escrever.

Públicado também no site Mobiliza Tocantins no dia 22 de julho de 2010.
http://www.mobilizatocantins.com.br/?p=475

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Literatura, preconceito e contextos sociais

A literatura, como todas as outras produções humanas, está diretamente ligada aos movimentos e “distorções” da história, igualmente, não é de se estranhar que ela seja influenciada pelos diversos contextos existentes. Nesse sentido, a ligação que esta tem com a história do preconceito no mundo, vai muito além do que o retrato de uma situação ou do social. Ela também participa ativamente destes movimentos.
Um exemplo claro dessa participação é na libertação dos escravos. O movimento teve grande influência da literatura. A elite letrada da época se baseava nos grandes escritores para a formação de suas opiniões e até como orientação para suas atitudes. Alguns escritores que apoiavam a causa usaram de sua influência para fortalecer o movimento, se articulando assim na luta a favor da libertação dos escravos, não necessariamente contra o preconceito racial, pois esta idéia só veio a se fortalecer mais tardiamente.

Segundo o professor, pesquisador e sociólogo Pedroso Neto, “a literatura está inclusa como fundamental nos processos de mudança e constituição das sociedades, desde que o homem é letrado”. No caso do preconceito racial ele cita a obra do Conde Gobineau como uma das principais difusoras da ideologia de inferioridade ou superioridade racial aqui no Brasil e ressalta que ela foi fundamental para a penetração dessa idéia na cultura.

Josafá Miranda de Souza, formado em letras, escritor, professor, ator e teatrólogo diz que, obras como “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo são responsáveis por mudanças ou legitimação de ideologias vigentes. Ele diz ainda que a literatura de uma forma ou outra funciona como um mecanismo de condicionamento social, algumas vezes antevendo movimentos, ou como já dito, registrando e validando.
É necessário perceber que existem contrastes, porém, “o importante é que ela é pública e objetiva. Isso permite o debate e o confronto de idéias, além de admitir forte atuação das instâncias encarregadas de constranger o preconceito, seja porque permite punir o que está codificado como preconceito, seja porque permite codificar o que ainda não está codificado como preconceito”, diz o sociólogo Pedroso Neto.

A professora Zélia Maria Rosso, formada em letras pela UFP (Universidade Federal de Passo Fundo) aponta o poeta Fidencio Bogo como um dos principais fomentadores de produções relacionadas ao preconceito no Tocantins, com obras como: “Escravo de ontem, escravo de hoje” relacionado ao preconceito racial, “Maria Dizé” ao preconceito contra a mulher e “Nóis Mudemo” sobre o preconceito entre classes.

Machado de Assis, gigante da literatura nacional, não só sofreu preconceito como desenvolveu o tema. Outro literato, Castro Alves recebeu o adjetivo de “O poeta dos escravos” por suas obras tratarem e defenderem a temática em uma sociedade fechada para esse tipo de discussões.

A literatura se faz assim um espaço democrático, acolhendo vários temas e dando espaço para idéias contrastantes. Deste modo, seu papel principal como mídia que é, torna-se fomentar o debate, difundir e servir como um meio para que novas idéias sejam expostas estimulando a reflexão na sociedade e sistemas vigentes.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Journalist...


Entender que o Jornalismo ganhou espaço, que ganhou um curso especificamente para sua área não é uma tarefa difícil, mas sentir que Jornalismo é uma paixão e uma eterna busca torna-se por vezes despercebido aos olhos de alguns. Fazer Jornalismo hoje, é ter liberdade de expressão, mas será que realmente há uma liberdade? Ou será que há muitas outras coisas por trás destes fatos? Elaborar uma resposta para tais perguntas não se torna algo impossível, simplesmente por ver dia-após-dia o que nos é apresentado, ou melhor dizendo o que querem nos apresentar.

Ser Jornalista náo é ser uma máquina que tem o dever de registrar fatos com a mesma técnica correta de todos os dias, não é fazer de imediato e sim fazer o melhor possível, não é produzir mais e sim melhor produzir, porém o que enxergamos hoje? Enxergamos duas pessoas em uma só, um Jornalista e uma pessoa, ser Jornalista não é ser você mesmo? Essa seria a justificativa para as inúmeras faltas de sensibilidade? É mostrar a realidade, porém ter a consciência que lida-se com pessoas, com seres-humanos capazes de pensar e assimilar. Talvez seja essa a capacidade, a de assimilar que despertou em alguns o sentimento de "poder" ou seja, de ser capaz de "manipular" usando o sensacionalismo e perdendo a sensibilidade para somente chegar na frente.

O verdadeiro poder do Jornalismo é formar opiniões, é informar, é mostrar duas versões de um mesmo fato, é criar tendências e não manipular, nem distorcer e recriar histórias, não é copiar é apenas fazer o melhor. Utopia? Não é apropriadamente a resposta para os questionamentos acima, julga-se que quando os acadêmicos entram no Jornalismo, alguns têm uma vontade grande de mudar o que se costuma ver, mas depois esta vontade vai perdendo força, o mercado corrompe, e a mesmice acaba fazendo com que a frieza seja mais notável do que a própria essência da notícia.

Às vezes é preciso parar e refletir, refletir sobre o que assimilamos hoje, refletir o porque de estarmos em uma sala aprendendo como fazer Jornalismo, e o principal escolher a própria forma de Jornalismo, se estamos querendo aprender algo para vender, ou se estamos tratando disso como um aprendizado não só profissional mas também pessoal. Muitos já não querem exercer a profissão que "manipula" e sim a que informa. A pressa como sempre é dito, é a inimiga da perfeição, e com toda essa mundança, toda essa globalização, há pressa, uma pressa que empobrece as respostagens, que simplesmente tira a essência dos fatos para poder apenas chegar em primeira mão.

A ética se pensarmos bem é o principal valor que deve-se ter dentro da Comunicação Social como em outro qualquer lugar, ética não existe apenas uma e sim várias, é a moral que está inserida em apenas uma palavra, e a ética no Jornalismo hoje em dia não entra em foco, porém é o valor mais importante, é a noção que se adquiri do que é ser um bom profissional, é respeitar os outros e a si próprio. Existe ética quando coloca-se a vida profissional de uma pessoa em jogo por apenas uma simples matéria? Existe ética quando se faz um furo que possa prejudicar mais do que beneficiar a vida de muitos, por apenas mais um lugar no ibope? Creio que são valores corrompidos que a própria pessoa idealiza visando fugir da culpa, uma
culpa inevitável.

"A melhor profissão do mundo?!?", talvez realmente seja quando se é feita com moral, com paixão, levando-a como uma aventura e uma maneira de melhorar a si mesmo e ao mundo. Todas as profissões para o profissional que a ama é a melhor do mundo, e estar no Jornalismo tendo a oportunidade de expressar um pouco de inúmeras opiniões fixa a afirmação: "JORNALISMO: A MELHOR PROFISSÃO DO MUNDO"

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Olha aí!

Às vezes é preciso dar um tempo, ou melhor, dar-se um tempo.
A rotina, com suas constantes exigências, se torna a cada dia, mais exaustiva. As baterias da mente e do corpo aos poucos são descarregadas.

A dedicação a um monte de obrigações usurpa o tempo a ser dedicado ao próprio umbigo. Ocorre então um processo que ora denomino “auto-esquecimento”. Isso mesmo. Em meio a tantas coisas nos esquecemos de nós mesmos.

Fica a revelia a necessidade de rir; de ir ao cinema; de ler um bom romance; de gritar feitos loucos no show de rock in roll; de falar besteira; de curtir a paixão num local inusitado; de ver o sol se pôr; de ir ao salão cuidar do visual; de praticar um esporte radical; de conversar com os amigos relembrando bons momentos; de tomar sorvete na pracinha; de roubar fruta no lote do vizinho; de improvisar uma sessão de piadas; enfim, de fazer coisas que recarreguem as baterias desgastadas e fracas.

Olha ai! Temos que decretar nossa liberdade em função até mesmo da continuidade do exercício da rotina e da busca própria necessidade de tornar melhor a existência.

Olha aí! Fico feliz que este texto esteja sendo lido. Isso pode ser um indicio de libertação, visto que quem procura esse blog, via de regra, foge da rotina e se da um tempo para curtir algumas idéias que, de repente, pode ser interessante e propiciar algum prazer.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Grita de dor a Serra do Carmo

Chegou a “época das queimadas”. Coisa feia de se dizer, não é mesmo? Infelizmente, porém, essa assertiva retrata a realidade em diversas regiões do Brasil, especialmente no Tocantins e em sua capital.

É época de São João e não apenas toras de madeiras secas amontoadas são incineradas, mas grandes áreas verdes. Queima a Serra do Carmo – cartão postal de Palmas.

São diversas as justificativas daqueles que, em sua maioria, ocasionam com suas tochas, as nuvens de fumaça que escondem o luar, dentre elas, a necessidade de devastar a vegetação para manuseio da terra no preparo para a agricultura com o menor custo possível.

Alguns poucos fazem, com o mínimo de consciência que lhes resta, os chamados aceiros que impendem que as chamas se alastrem para além dos limites necessários. Outros não. E a nebulosidade invade a Serra do Carmo...

Dessa forma a natureza é agredida. É invadida pela vontade egoísta dos humanos de buscar para si o que julga mais fácil de ser adquirido: animais são expulsos de seu habitat natural; nascentes são poluídas; árvores que levaram dezenas de anos para de formar se transformam em carvão; o efeito estufa se acelera e o ar se torna pesado.

Mal percebe o ser humano ser ele mesmo o responsável pelo pagamento desta alta conta. Os hospitais lotam com crianças com dificuldades respiratórias; o calor sufoca; insetos, répteis e felinos invadem o meio urbano causando pânico; a água precisa ser fracionada e os olhos ardentes e lacrimejantes não enxergam a Serra do Carmo.

O combate a esse crime parece ineficaz embora existam vários combatentes. O bicho homem, pseudo “ser racional”, não se atenta e ignora as súplicas e avisos da natureza. Quando acende o fósforo da sua soberba e apaga a possibilidade de equilíbrio no meio ambiente que padece.

A Serra do Carmo pede socorro.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

João e Maria

Tempo que não passa;
Horas perdidas em vão;
O que fazer nesses momentos sem seu sorriso?
Sem seu sorriso Maria, sem seu sorriso João!
Silêncio inútil, olhar expressivo;
Será que falar ainda é preciso?
João está calado...
Maria também!
Fuga improvisada...
João não falou e Maria também não disse nada...
Fugiram os dois uma noite depois!
Maria queria sentir os cabelos ao vento;
E João, João queria tempo!
Tempo para amar, tempo para cantar, para pensar...
Tempo para sonhar!
Depois da fuga a realidade...
Maria tinha suas vaidades!
Um espelho, um espelho para se olhar...
Mas João não percebe...
Está inerte na imensidão do mar
Maria sofre calada.
Para ela não basta só o amor
São tantas coisas com as quais sonhou
A decepção a consome
Seus doces e ilusórios sonhos são maiores
Sofre, chora, o amor se acaba e João...
Ah João! João continua a olhar o céu, o mar.
Não percebe o dia em que Maria começa a definhar
Maria padece e João não compreende
Maria morre!
João definitivamente não entende...
“Ela era Eu”
E simplismente Maria morreu!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Aos apaixonados por leitura

Drummond de Andrade, Érico Veríssimo, Dan Brown, Clarice Lispector, Agatha Christie, Fiodor Dostoievski... Todos esses escritores são fascinantes, mas nem todas as pessoas têm acesso às suas obras. Foi pensando nisso que surgiu nos Estados Unidos o projeto chamado “BookCrossing” ou Troca de livros em português.

O projeto tem como idéia inicial, que quando compramos livros (principalmente de literatura), após lê-los os deixamos guardados, parados. O que o projeto propõe é que haja uma troca livre. Os livros deverem ser deixados em lugares públicos para que outras pessoas passem, peguem o livro, leiam e façam o mesmo, sem tempo de devolução e nem local.

Para isso foi criado o site BookCrossing no qual a pessoa se cadastra, recebe um número de identificação que é colado ao livro e o "solta" com uma etiqueta: "Livro livre" e um bilhete com a explicação do que se trata o projeto pedindo para que as pessoas entrem no site e informem o destino do livro.

Nos Estados Unidos existem inúmeros pontos de troca e em São Paulo o projeto começa a se disseminar. No Brasil são 3.700 trocadores de livros oficiais, sendo que 1.600 são de São Paulo e mais de 4.500.00 livros registrados no mundo todo.

Se você gostou da idéia, acesse o site, cadastre-se e coloque seus livros para “girar”. Como já disse Mário Quintana: “De um autor inglês do saudoso século XIX: O verdadeiro gentleman compra sempre três exemplares de cada livro: um para ler, outro para guardar na estante e o último para dar de presente.” Que tal dar a oportunidade à outras pessoas de ler esses três livros?

busque

destaque

Baixe e-books gratuitamente no site Viciados em Livros. Conta-se com um acervo bastante amplo. Dica da Helô Baixe já o primeiro dicionário livre, gratuito e interativo do Brasil: Aulete Digital. http://www.auletedigital.com.br/ A palavra é sua!

galeria

 
template alterada, original aqui.